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#comolidar Diário de terapia 1

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quinta-feira, 28 de setembro de 2017 by

Quando comecei esse blog pensei que escrevendo tudo o que eu sentia e pensava ia me ajudar a aprender como lidar com a vida e com meus pensamentos. Eu me enganei. Por longos 6 anos eu enganei a mim mesma. No começo, achei que tudo estava sobre controle e que o estresse se curaria sozinho. Eu me enganei totalmente.

Choros constantes, pensamentos excessivos, paranoias desnecessárias, insegurança e luto. Encarei minha vida e decidi parar de adiar a decisão que pode salvar a minha mente de mim mesma: terapia. Durante esse processo vou manter um diário de terapia aqui, porque eu não sou aquela felicidade do Instagram. Na verdade, eu sou a loucura do Twitter.

Dia 1:
Sexta, 22 de setembro de 2017

9h: acordei com muita preguiça de levantar, mas só eu posso fazer isso por mim. Aparentemente estou bem e pronta pra encarar a primeira sessão de tortura, digo, terapia.

09h50min: a segurança foi toda embora. Tô nervosa e não sei o que falar. Só quero chorar. Ela é muito simpática e parece muito com uma amiga minha. O consultório tem cheiro de menta, eucalipto, sei lá, me lembrou uma pousada em Penedo que fui uma vez com meus pais. Acho que o choro não vai ficar só na vontade. Ah, ela disse q eu podia escolher onde sentar. Será que foi um teste? Bom, nos filmes sempre é. Espero que escolher a poltrona do canto não seja um problema, porque eu só acho que o canto é mais confortável. O ar condicionado tá começando a me dar frio.
Uma frase e eu já estou com olhos cheios de lágrimas. Que saco! Será que ela vai me achar muito idiota por falar essas coisas? Sério. Isso é um problema pra mim. “O que a religião é pra você?”. Tipo, que pergunta é essa? Juro que não soube responder. E ela repetiu umas três vezes. Ela perguntou se a minha insegurança afeta a minha autoestima. Quase citei Paola Bracho “Se de uma coisa eu tenho certeza é da minha beleza”. Talvez isso seja um problema. Não sei. Ah, durante o relato do meu maior problema atual ela perguntou se eu sempre fui tão racional. Gente, eu sou virginiana, coração frio. Passei a vida toda sendo racional e julgando tudo e todo mundo. Quando deixei o emocional tomar conta as coisas saíram dos trilhos e eu tive que agir racionalmente. Ou seja, estou sofrendo porque queria seguir os desejos do meu coração, mas eles já me custaram tão caro. Esse com certeza foi meu primeiro aprendizado na terapia: é preciso ter equilíbrio entre razão e emoção (só eu lembrei de NX zero?). Não dá pra ser emotivo ou racional. Temos que ser os dois.
Eu sou uma pessoa muito esquisita por ter me distraído durante a sessão e ter reparado no quanto as sobrancelhas dela são lindas?
No final, ela disse que lá é o lugar pra eu chorar o quanto quiser e me deu vontade de ir lá todos os dias. Essa primeira sessão foi uma avaliação, o momento de resumir alguns problemas pra mostrar um pouco quem sou.


11h20min: cheguei em casa. Sei que nas próximas vezes vai ser difícil, mas é aquele ditado “vamos fazer o quê?”. 

Se você gostou gostou desse texto pesquise pela hastag #CrônicasdeTerapia nas redes sociais para acompanhar a minha luta. 


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