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Archive for 2017

#comolidar 78

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quarta-feira, 18 de outubro de 2017 by

Eu não me lembro da minha vida antes dos garotos. Talvez seja porque desde muito cedo eu goste de garotos. Na verdade, desde que comecei essa empreitada que é gosta de alguém, nunca parei. Nunca tive um momento só meu, um momento em que meu coração não se assanhasse por alguém. Me pergunto se isso é normal ou se isso indica algum sério transtorno e agora sei que preciso comentar isso na próxima sessão de terapia.

Gostei de muitos garotos e tive algumas pequenas paixões, pelo menos era o que eu acreditava até um ano atrás. É incrível perceber o quanto uma simples trocar de olhares, sorrisos e abraços sinceros pode mudar as nossas vidas. Há um ano, eu descobri que nunca tinha me apaixonado e muito menos amado alguém.

Me entreguei de corpo e alma, entrei de cabeça - insira aqui qualquer outra frase que diga que eu deixei meu coração tomar as rédeas da minha vida e me guiar por um caminho desconhecido. Tudo era novo: a ansiedade, o carinho, o jeito de olhar, andar de mãos dadas e realmente querer andar de mãos dadas, o beijo que traduzia de um jeito único tudo aquilo que a gente estava sentindo e tantas outras coisas. Pela primeira vez na vida eu me senti especial, amada, admirada e protegida. De uma forma inexplicável eu sabia que estava segura e que aqueles braços estavam ali para mim.

Dividimos momentos tão lindos, alegres, emocionantes e especiais. Senti que pela primeira vez disse "eu te amo" de verdade e que "meu amor" não era só um vocativo espontâneo, era verdade. É assustador ver os extremos e todas as escalas de cinza em que passei. É o fim? Sinceramente não sei. Talvez, sim. Talvez, não. Uma coisa eu sempre soube e disse a mim mesma: “por mais “obcecada” eu esteja, isso vai passar”. 

Adeus, meu amor. 


#complidar Diário de terapia 2

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quarta-feira, 4 de outubro de 2017 by

Sexta, 29 de setembro de 2017

*omito muitos detalhes pra vocês não ficarem entediados ou chorarem junto comigo*

9h acordei, não quero estar acordada e não recomendo que façam isso.

10h como cheguei em cima da hora não tive um tempo sozinha quando cheguei lá. Comecei contando como tinha sido a minha semana. Contei que descobri a causa da disfagia que tenho desde criança: tenho um estreitamento no esôfago e vou ter que fazer algumas dilatações para não ter a sensação de que vou morrer nas próximas vezes que for comer alguma coisa e me engasgar. Com outro médico descobri que se eu não tomar cuidado vou ficar diabética e comecei a tomar um remédio. Pelo menos perdi quase 2kg durante esse mês de setembro e isso me deixou muito feliz. Comentei que fui a um casamento muito fofo com a minha família e agora percebo que esqueci de comentar o quanto o motorista do Uber que pagamos era bonito (e o carro também).
Mencionei o blog e o canal no Youtube e contei sobre a minha insegurança com os meus textos e o quanto acho que ninguém vai ler ou que vão achar que sou péssima escritora. Não pude deixar de falar sobre as minhas paranoias de estimação que me atormentam todas as noites antes de eu dormir. 
 Falei o quanto as minhas amigas são incríveis, que as amo muito e amo sair com elas pra fazer compras, principalmente, compras de cosméticos com a Darci porque a gente ama uma farmácia. E como uma boa gorda quase diabética não podia deixar de dizer que amo doces e que preciso urgentemente controlar esse desejo. Quase não chorei nessa segunda sessão. Será que estou melhorando já?

Saí de lá me sentindo leve, calma e muito feliz com a minha tarefa de escrever mais e planejar minhas publicações aqui no blog. Nem preciso dizer que amei isso, né?

11h cheguei em casa leve, feliz e com muita vontade de dormir. Mas não dormi e fiquei assistindo "The O.C.".

À noite: toda a felicidade foi embora e deu lugar ao desespero e às lágrimas. 


#comolidar Diário de terapia 1

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quinta-feira, 28 de setembro de 2017 by

Quando comecei esse blog pensei que escrevendo tudo o que eu sentia e pensava ia me ajudar a aprender como lidar com a vida e com meus pensamentos. Eu me enganei. Por longos 6 anos eu enganei a mim mesma. No começo, achei que tudo estava sobre controle e que o estresse se curaria sozinho. Eu me enganei totalmente.

Choros constantes, pensamentos excessivos, paranoias desnecessárias, insegurança e luto. Encarei minha vida e decidi parar de adiar a decisão que pode salvar a minha mente de mim mesma: terapia. Durante esse processo vou manter um diário de terapia aqui, porque eu não sou aquela felicidade do Instagram. Na verdade, eu sou a loucura do Twitter.

Dia 1:
Sexta, 22 de setembro de 2017

9h: acordei com muita preguiça de levantar, mas só eu posso fazer isso por mim. Aparentemente estou bem e pronta pra encarar a primeira sessão de tortura, digo, terapia.

09h50min: a segurança foi toda embora. Tô nervosa e não sei o que falar. Só quero chorar. Ela é muito simpática e parece muito com uma amiga minha. O consultório tem cheiro de menta, eucalipto, sei lá, me lembrou uma pousada em Penedo que fui uma vez com meus pais. Acho que o choro não vai ficar só na vontade. Ah, ela disse q eu podia escolher onde sentar. Será que foi um teste? Bom, nos filmes sempre é. Espero que escolher a poltrona do canto não seja um problema, porque eu só acho que o canto é mais confortável. O ar condicionado tá começando a me dar frio.
Uma frase e eu já estou com olhos cheios de lágrimas. Que saco! Será que ela vai me achar muito idiota por falar essas coisas? Sério. Isso é um problema pra mim. “O que a religião é pra você?”. Tipo, que pergunta é essa? Juro que não soube responder. E ela repetiu umas três vezes. Ela perguntou se a minha insegurança afeta a minha autoestima. Quase citei Paola Bracho “Se de uma coisa eu tenho certeza é da minha beleza”. Talvez isso seja um problema. Não sei. Ah, durante o relato do meu maior problema atual ela perguntou se eu sempre fui tão racional. Gente, eu sou virginiana, coração frio. Passei a vida toda sendo racional e julgando tudo e todo mundo. Quando deixei o emocional tomar conta as coisas saíram dos trilhos e eu tive que agir racionalmente. Ou seja, estou sofrendo porque queria seguir os desejos do meu coração, mas eles já me custaram tão caro. Esse com certeza foi meu primeiro aprendizado na terapia: é preciso ter equilíbrio entre razão e emoção (só eu lembrei de NX zero?). Não dá pra ser emotivo ou racional. Temos que ser os dois.
Eu sou uma pessoa muito esquisita por ter me distraído durante a sessão e ter reparado no quanto as sobrancelhas dela são lindas?
No final, ela disse que lá é o lugar pra eu chorar o quanto quiser e me deu vontade de ir lá todos os dias. Essa primeira sessão foi uma avaliação, o momento de resumir alguns problemas pra mostrar um pouco quem sou.


11h20min: cheguei em casa. Sei que nas próximas vezes vai ser difícil, mas é aquele ditado “vamos fazer o quê?”. 

Se você gostou gostou desse texto pesquise pela hastag #CrônicasdeTerapia nas redes sociais para acompanhar a minha luta. 


#comolidar 77

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quinta-feira, 17 de agosto de 2017 by

Não dá pra enganar o coração. Ele que nos engana o tempo todo querendo que façamos suas vontades e as propostas dele são tentadoras. Sabemos sabe que a vontade é também a nossa, mas a nossa mente não nos deixa esquecer daquela velha história das escolhas e suas consequências. Por que a vida é tão complicada? Por que nosso coração e a verdade não andam juntos? Aliás, é possível fazer com que eles andem juntos? 

Tentamos viver nessa loucura de dizer o contrário do que sentimos negando e disfarçando o óbvio: ainda dói. Dói tanto. As lágrimas ainda caem. E os sentimentos continuam os mesmos. A mente e o coração insistem em lembrar.⁠⁠⁠⁠


"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" Jeremias 17:9.


#comolidar 76

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quinta-feira, 10 de agosto de 2017 by

Eu pensei que tinha aprendido com meus erros e que tudo seria diferente. Que eu seria diferente. Na verdade, fui quem eu realmente sou: uma menina que só quer diversão e coisas leves. Tentei julgar menos, não que eu ache que isso é um erro, mas por perceber que as motivações muitas das vezes têm raízes profundas. Se eu consegui? Claro que não. Porém, aprendi a ter empatia e com isso decidi tentar entender os motivos por trás das ações (isso é muito difícil, galera). Em muitas das situações, eu agiria da mesma forma ou pior (lembra da história da diversão e tal? Pois é). 

Eu mesma fiz coisas nesse último ano que não imaginei que fosse fazer. Afinal, eu julgava mal quem fazia essas coisas e também porque não imaginei que teria coragem. É aquele ditado "não diga dessa água não bebereis porque vai que bebereis". Pois eu bebereis e me afogareis muito, meus amigos. 

O que eu quero dizer com esse textinho é que chega uma hora em que não só cometemos erros que achávamos que não cometeríamos, como também aprendemos com eles. Já disse em um texto anterior que nossas escolhas geram consequências e devemos aprender como lidar com elas. Não é fácil. É doloroso. Dói todos os dias e com o tempo a dor diminui até desaparecer por completo. Não sabemos quando ela se vai, mas sabemos que um dia vamos olhar pra cicatriz, porque sempre fica uma cicatriz, e não sentiremos dor. Aquela marca vai ser o símbolo de uma história leve e divertida que nos transformou em quem somos no presente. 

Pessoas vem e vão, mas as memórias permanecem - e as mensagens marcadas no Whatsapp também.


#comolidar 75

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segunda-feira, 8 de maio de 2017 by

Ela chega de mansinho e você se orgulha de não ser como as outras mulheres que sofrem tanto com ela. Com o tempo, como em todo relacionamento abusivo, você começa a sentir umas coisas diferentes e acha que está tudo normal, afinal ela não é sempre assim. Isso é só um momento ruim.

Alguns anos depois, ela começa a te irritar e te entristecer com maior frequência. Você ainda acha que está tudo normal? Isso só está piorando. Fuja o quanto antes se quiser manter a sua sanidade e seus relacionamentos saudáveis.

Meses depois ela te agride pela primeira vez e você esconde das pessoas porque tem medo do que elas dirão. Provavelmente, alguém vai dizer que isso é frescura sua. Eu odeio essa palavra! Vocês não odeiam essa palavra? Quando dizem isso vemos todos os nossos problemas e sentimentos crescerem e encararem a gente como valentões.

No mês seguinte ela não faz nada. Finalmente ela vai dar uma trégua. Mentira. Foi só uma folga para você achar que está livre dela. No próximo mês ela vem com tudo! Trazendo dor física e, pior do que isso, dor psicológica. Angústia, depressão, crises de choro, insônia, irritabilidade, enxaqueca, drásticas alterações de humor, acne e inchaço entre outros sintomas.

A sensação é que você nunca vai se livrar dela, mas tem uma saída. Deve ter uma saída. Quando você entender vive em um relacionamento abusivo com a TPM, você vai perceber que devia ter saído desse relacionamento há muito tempo. 


#comolidar 74

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sexta-feira, 17 de março de 2017 by

    2016 foi um ano tão louco que eu não consegui escrever nada sobre ele. Tantas coisas aconteceram no Brasil, no mundo e na minha vida. Todo mundo reclamou bastante do ano passado e eu não quero ser mais uma.

    Eu sou grata pelo ano que tive porque apesar dele ter sido difícil em muitos momentos eu fui muito feliz. De verdade. Deixei para trás tudo o que me prendia e impedir de ser eu mesma, dei muitas gargalhadas e me senti leve. Me apaixonei, mais vezes do que gostaria, por pessoas que não valiam nem um pouco a pena porque se não for pra perder tempo com crushes impossíveis eu nem saio de casa. Aprendi que eu não fazia metade do que eu achava que fazia de correto e passei a fazer muitas coisas que eu achava que não nunca faria e até criticava quem fazia.

    É claro que eu não deixei de ser indecisa e sofri por causa disso. A indecisão foi minha companheira por muito tempo porque eu sei que as minhas decisões afetam a todos ao meu redor e eu também sofri quando vi isso acontecer. Porém, eu sou grata por isso. Se eu não tivesse passado por isso o discurso de aniversário não teria sido tão significativo e as lágrimas daquele dia não teriam sido tão sinceras.

   Setembro sempre é um mês muito esperado por mim, mas eu não imaginava que além do meu aniversário eu teria outra alegria. Se não fosse a velha insegurança dizendo que é tudo coisa da minha cabeça, eu teria antecipado a maior alegria do meu ano. Como eu pude achar que aqueles olhinhos admirados e aqueles braços que me abrigaram como um lar não queriam dizer nada? Como eu pude achar que todo aquele carinho era coisa da minha cabeça? Pura insegurança. Foi preciso um mês passar para eu perceber que a felicidade estava ao meu lado de segunda a sexta. Eu sou muito grata por ter ao meu lado alguém que desperta em mim os sentimentos mais puros.


    Eu sou grata por perceber que mesmo quando as coisas parecem estar fora de controle, elas estão no controle.