Quando comecei esse blog
pensei que escrevendo tudo o que eu sentia e pensava ia me ajudar a aprender
como lidar com a vida e com meus pensamentos. Eu me enganei. Por longos 6 anos
eu enganei a mim mesma. No começo, achei que tudo estava sobre controle e que o
estresse se curaria sozinho. Eu me enganei totalmente.
Choros constantes,
pensamentos excessivos, paranoias desnecessárias, insegurança e luto. Encarei
minha vida e decidi parar de adiar a decisão que pode salvar a minha mente de
mim mesma: terapia. Durante esse processo vou manter um diário de terapia aqui,
porque eu não sou aquela felicidade do Instagram. Na verdade, eu sou a loucura do Twitter.
Dia 1:
Sexta, 22 de setembro de
2017
9h: acordei com muita preguiça de levantar, mas só
eu posso fazer isso por mim. Aparentemente estou bem e pronta pra encarar a
primeira sessão de tortura, digo, terapia.
09h50min: a segurança foi toda embora. Tô nervosa e
não sei o que falar. Só quero chorar. Ela é muito simpática e parece muito com
uma amiga minha. O consultório tem cheiro de menta, eucalipto, sei lá, me
lembrou uma pousada em Penedo que fui uma vez com meus pais. Acho que o choro não
vai ficar só na vontade. Ah, ela disse q eu podia escolher onde sentar. Será
que foi um teste? Bom, nos filmes sempre é. Espero que escolher a poltrona do
canto não seja um problema, porque eu só acho que o canto é mais confortável. O
ar condicionado tá começando a me dar frio.
Uma frase e eu já estou com olhos cheios de
lágrimas. Que saco! Será que ela vai me achar muito idiota por falar essas coisas?
Sério. Isso é um problema pra mim. “O que a religião é pra você?”. Tipo, que
pergunta é essa? Juro que não soube responder. E ela repetiu umas três vezes. Ela
perguntou se a minha insegurança afeta a minha autoestima. Quase citei Paola
Bracho “Se de uma coisa eu tenho certeza é da minha beleza”. Talvez isso seja
um problema. Não sei. Ah, durante o relato do meu maior problema atual ela
perguntou se eu sempre fui tão racional. Gente, eu sou virginiana, coração frio. Passei a
vida toda sendo racional e julgando tudo e todo mundo. Quando deixei o
emocional tomar conta as coisas saíram dos trilhos e eu tive que agir
racionalmente. Ou seja, estou sofrendo porque queria seguir os desejos do meu
coração, mas eles já me custaram tão caro. Esse com certeza foi meu primeiro
aprendizado na terapia: é preciso ter equilíbrio entre razão e emoção (só eu
lembrei de NX zero?). Não dá pra ser emotivo ou racional. Temos que ser os
dois.
Eu sou uma pessoa muito esquisita por ter me
distraído durante a sessão e ter reparado no quanto as sobrancelhas dela são
lindas?
No final, ela disse que lá é o lugar pra eu chorar
o quanto quiser e me deu vontade de ir lá todos os dias. Essa primeira sessão
foi uma avaliação, o momento de resumir alguns problemas pra mostrar um pouco
quem sou.
11h20min: cheguei em casa. Sei que nas próximas
vezes vai ser difícil, mas é aquele ditado “vamos fazer o quê?”.
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